Veja a íntegra da entrevista da ministra Gleisi Hoffmann à CNN

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, concedeu sua primeira entrevista à CNN após assumir o posto nesta sexta-feira (21).

Dentre os temas abordados, a ministra falou sobre anistia, relação com o Congresso, a PEC da Segurança, escala 6X1, transparência das viagens da primeira-dama, Janja da Silva, e, quando questionada sobre a candidatura de Tarcísio de Freitas, nas eleições de 2026, declarou que “não escolhemos adversário, qualquer um que venha, nós vamos enfrentar”.

Veja a íntegra da entrevista:

CNN: Kassab tem dito que Lula tem errado, ido muito para a esquerda, repetido os mesmos erros que Bolsonaro. A senhora concorda com essa crítica ou acha que Kassab está um pouco injusto em relação ao presidente Lula?

Gleisi Hoffmann: Com todo o respeito, eu acho que o Kassab está muito injusto com o presidente Lula, que ele conhece tão bem e há tanto tempo. O Lula sempre foi uma pessoa de ouvir os outros, de ouvir vários setores. Nunca se pautou apenas pela opinião de um ou outro partido quando está no governo. Tanto é assim que o governo do presidente Lula é um governo que tem uma composição muito mais ampla do que a frente ampla que o elegeu em 2022. Além de ter o MDB e o PSD, que vieram conosco numa parte, o tem lá no governo o Republicanos, o União Brasil, o PP, mostrando a amplitude do presidente Lula em fazer composição. Então, eu acho totalmente injusta essa crítica do Kassab, como também discordo que qualquer um ganharia a eleição de 2022 do Bolsonaro. Foram dez candidatos, e não foi qualquer um que ganhou: foi Lula. E em eleição muito difícil, em que Bolsonaro estava na cadeira da Presidência da República com muito dinheiro e programas sendo liberados, muita fake news, e o presidente Lula ganhou. Talvez ele teria que falar de outra forma. Nenhum outro candidato ganharia de Bolsonaro se não fosse Lula.

CNN: A gente sabe que a senhora recebeu duas missões de cara do presidente Lula, que é buscar apoio à PEC da Segurança – que, até então, estava travada no Palácio do Planalto – e aprovar o projeto sobre a isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil – prioridade zero do governo. Qual desses desafios a senhora considera o mais difícil?

Gleisi Hoffmann: Primeiro, dizer que nessas duas semanas o foco foi totalmente para que a gente pudesse votar a peça orçamentária, que desde dezembro era para ser votado. O Congresso não votou e nós tínhamos que fazer com que o orçamento pudesse entrar em vigor: é importante para o governo, para o Congresso e para o Brasil. E isso aconteceu, e eu quero aqui agradecer a colaboração do Congresso Nacional, do relator e dos presidentes das casas, que ajudaram muito junto com o governo a construir essa peça orçamentária. Isso nos dá agora previsibilidade das despesas, das receitas, faz com que os nossos programas, como o Vale-Gás, o Pé-de-Meia, o Minha Casa, Minha Vida possam ser executados. Isso foi bem importante e obviamente. Agora, nós temos pautas também importantes, que eu julgo positivas tanto para o governo como para o Congresso e a sociedade brasileira. Essa de isenção do imposto de renda até R$ 5 mil é uma questão de justiça social, tributária e fiscal. O trabalhador que ganha até R$ 5 mil e hoje paga uma alíquota de 27,5% vai deixar de pagar, e quem vai pagar mais imposto são os ricos, aqueles que ganham mais de R$ 600 mil por ano e que não pagam de renda – ou cuja somatória dos impostos não dá 10% sobre a renda. Então, é um projeto muito bem feito pelo Ministério da Fazenda, muito equilibrado, tem neutralidade fiscal. Tenho certeza que o Congresso, com a sua composição, vai honrar a tramitação e aprovar esse projeto que é para o bem do país.

E sobre a PEC da Segurança: ela deve ser enviada agora, no mês de abril, ao Congresso. Nós enviamos o projeto do imposto de renda, e o presidente vai viajar para o Japão – embarca amanhã junto com os presidentes da Câmara e do Senado; então, nós vamos ter uma semana muito calma do ponto de vista do Congresso Nacional. Quando [Lula] voltar, nós queremos apresentar junto com o ministro Lewandowski a PEC aos líderes partidários, para depois enviar formalmente ao Congresso. Também é um debate importantíssimo essa questão de segurança pública, que nós precisamos fazer. E vai ter que ser uma construção conjunta: governo federal, governos estaduais, os municípios e o Congresso Nacional em uma saída, com proposta de organização do sistema de segurança pública para que fiquem claras responsabilidades de cada ente e como que a gente vai potencializar o papel dos governos no combate ao crime organizado.

CNN: 2026 nós sabemos que está longe, mas só se fala nisso – principalmente na direita, que ainda não consegue definir um candidato. O presidente Lula tá disposto fisicamente, intelectualmente e também com vontade de ser candidato à reeleição? E quem a senhora acha que irá enfrentar Lula? O governador Tarciso de Freitas é uma possibilidade?

Gleisi Hoffmann: O presidente está muito disposto, com energia e com muita vontade. Está aí lançando programas, projetos e viajando. A gente espera muito que ele seja o nosso candidato: é o que nós defendemos. Tenho certeza que ele tem disposição para isso. Em relação a quem vai ser o adversário, não nos cabe escolher. Qualquer um que seja, nós vamos ter que enfrentar e vamos enfrentar como já fizemos em outras eleições.

CNN: Estamos vendo todo esse movimento da oposição sobre o PL e da Anistia. É uma questão prioritária aplacar o apoio ao PL da Anistia? Houve algum pedido do presidente Lula?

Gleisi Hoffmann: Nós sempre fomos a favor do fim da escala 6X1, presidente Lula também as centrais sindicais essa é uma luta antiga e nós temos que travar esse debate no Congresso Nacional porque isso atinge milhões e milhões de trabalhadores e temos que ter uma alternativa para quem tem um pequeno negócio né que depende também de um ou dois funcionários e que vai ter dificuldade de se adaptar numa escala diferente então nós temos um problema que uma uma situação que é de Justiça o trabalhador ter pelo menos direito a duas dois dias por semana né, porque você tem a escala 5×7 que seria a mais geral, é óbvio que tem diferenciadas daí por categorias né. Tem categorias que têm escalas diferenciadas, mas eu diria que a substituição da 6X1, com certeza seria por uma mais Geral de 5×7. Descansa dois dias trabalha cinco eh que muitas categorias já operam e temos que ver o que que nós vamos conversar e fazer com quem tem pequenos negócios que emprega uma ou duas pessoas que teriam dificuldade financeira de bancar a escala 5X7. Agora as Grandes Lojas, os grandes Atacadistas, esse pessoal tem condições sim com certeza de bancar uma escala diferente da 6X1 então nós somos a favor.

CNN: A gente quer aproveitar ao máximo essa oportunidade da entrevista exclusiva da ministra Gleisi Hoffman então eu vou convocar o meu time em São Paulo ministra, peço licença pra gente chamar Pedro Venceslau e Juliana Lopes também para entrevista vou começar com Juliana Lopes depois o Pedro pega.

CNN: Ministra, muito boa tarde obrigada pela participação por aqui queria perguntar pra senhora sobre taxa básica de juros tivemos aí uma decisão do Banco Central nesta semana, alguns parlamentares do PT falaram em equívoco sobre esse aumento da Selic num recorde. Queria entender da senhora, qual é a avaliação da atuação de Gabriel Galípolo do Banco Central e a expectativa pros próximos meses?

Gleisi Hoffmann: Primeiro que esse aumento da taxa de juro já estava precificado lá na ata do Copom de dezembro. Quando me manifestei em dezembro já falei sobre isso é o guidance né, ou seja o banco central já previa o aumento de mais dois pontos percentuais na taxa de juros então isso não é uma atuação da direção agora isso já estava precificado. A minha posição sempre foi crítica a essa política de juros, eu acho a política monetária muito contracionista e sempre foi crítica a isso. Vamos ver daqui para frente, eu tenho a expectativa que o banco central agora autoridade monetária considere a realidade econômica do país considere a questão da inflação para ter uma política mais compatível com a nossa realidade. O Brasil tá indo bem na economia Brasil tá crescendo bem, mais de 3%. O Brasil está gerando empregos. O Brasil tá com renda melhor. O Brasil tá com as contas em ordem então, ou seja a gente tem condições de ter uma situação melhor aí na política monetária, é a minha expectativa a aí com com as futuras decisões

CNN: Pedro Venceslau. Boa tarde a deputada da bancada do PSOL ontem questionou o fato do Eduardo Bolsonaro pedir uma licença por motivos particulares para se ausentar do mandato, eles querem caracterizar como abandono de mandato. Eu queria saber a leitura da senhora sobre a decisão do Eduardo Bolsonaro de deixar o cargo e se a senhora apoia essa tentativa de que ele fique sem o mandato?

Gleisi Hoffmann: Olha, o Eduardo Bolsonaro presta um desserviço ao Brasil difamando o país mentindo sobre o Brasil lá fora dizendo que aqui é uma ditadura, e que ele teve que sair. Ele tentou criar uma situação para se vitimizar e dizer que estava sendo perseguido. Ditadura quem defende são eles, são os Bolsonaros, que defenderam os ditadores, defenderam os torturadores publicamente e que queriam fazer um golpe de Estado aqui. Primeiro lugar que tem que ficar claro é isso, segundo, o problema dele é que ele não enfrenta o debate político, é medroso, ou seja ele tinha que enfrentar o debate político aqui porque que ele foi articular nos Estados Unidos com congresso americano, uma lei para impedir que brasileiros vão para lá, era uma lei contra o Ministro Alexandre de Moraes, uma lei contra a nossa Suprema corte, nós não podemos admitir isso. Esse país aqui não pode ser governado pelos interesses americanos, então é um desserviço o que ele presta ao país. Eu acho que se ele continuar fazendo esse tipo de coisa, tem muita viabilidade de acontecer isso que a bancada do PSOL está pedindo.

CNN: Ministra, quando a senhora foi anunciada houve muitos comentários, nos Bastidores, no off, como a gente costuma dizer, uma curiosidade sobre como seria a sua relação com Fernando Haddad, por num passado recente vocês já terem divergido algumas vezes, principalmente sobre com críticas do Orçamento da senhora como presidente do PT, a críticas de parte do partido à política econômica de Fernando Haddad – teve aquele documento no qual o partido se referia a austericídio fiscal, isso reverberou muito na época – e colocou dúvida sobre como seria a sua relação com o ministro da Fazenda. Houve um primeiro gesto que foi durante o seu discurso como ministra mencionando o ministro da Fazenda. Vocês já estiveram juntos em reuniões. Como é que vai ser essa relação a partir de agora? e mais olhando pro passado para essas críticas que eu mencionei, e essas divergências, a senhora mantém tudo que já foi dito ou faz alguma correção?

Gleisi Hoffmann: Olha, eu tive as posições já passaram, aprovaram o arcabouço, aprovou as metas, e eu acho que nós temos que seguir em frente agora, e acho que nós estamos mostrando ao Brasil que é possível fazer o desenvolvimento econômico que nós estamos fazendo, e é possível ter um controle das contas públicas, então isso para mim já foi. Segundo porque eu tenho uma boa convivência com o Ministro Fernando Haddad, não é o fato de eu ter discordado divergido dele em questões como você levantou, que a minha convivência seja ruim, muito pelo contrário eu gosto dele, tenho uma muita respeitabilidade, estive com ele, quero ajudar, já disse que fui nomeada para ser ministra da articulação política, então dentro desse meu papel eu quero ajudar o ministério da fazenda e ele, com as matérias da economia no Congresso Nacional. A gente estar juntos aí para articular a tramitação e a aprovação, tenho certeza que nós vamos ter muitas vitórias, pela isenção do Imposto de Renda até 5 mil que é importante também. Agora para o empréstimo do Lula que começa a operar hoje, que é o empréstimo consignado na da iniciativa privada que eu acho que vai ser muito importante porque vai trocar muitas pessoas vão ter condições de trocar suas dívidas, hoje tem gente com dívida, com juros de 5% ao mês, que pega em banco ou agiota, então vai poder trocar uma dívida, um juro por quase a metade. Isso é muito importante para as famílias e para as pessoas. Nós temos os desafios, junto com o ministro, de aprovar essas duas medidas e outras que o ministério da fazenda tem mandado pro Congresso Nacional também na área de microeconomia e que também são muito importantes.

CNN: Ministra, vou continuar no tema econômico para falar de inflação, que é um tema que preocupa muito o brasileiro e também a presidência da república, é possível que a gente tenha uma inflação de 5% fora do teto da meta e mais de 4% no ano que vem em 2026 com os efeitos da aprovação da isenção do imposto de renda da faixa de isenção até 5 mil reais. Se tudo ficar fora do teto da meta, seria o caso de começar uma discussão sobre a mudança da meta de inflação?

Gleisi Hoffmann: Olha eu acho que a gente tem uma meta de inflação bem justa né de 3% com as bandas, não acho que seja o caso de fazer essa discussão de mudança, e também não acho que a inflação, mesmo estando acima da banda da meta esteja absurdamente estourada. Eu acho que as medidas estão sendo tomadas, e não acredito que seja só a política de juros que vá resolver isso, porque necessariamente não é uma inflação só de demanda, a gente tem por exemplo a alta sazonal do preço dos alimentos, e de outras outros itens, por fatores que a gente não controla. Clima, as mudanças climáticas, as crises climáticas. Então, mas eu acho que a gente vai conseguir sim, não vejo que possa ter um estouro disso, eu acho que logo também com o câmbio se ajustando, melhorou muito o câmbio, a valorização do real, então se ajustando isso também vai ter impacto aí e na inflação.

CNN: Pedro, ministra o PT vive um momento agora de reflexão sobre seu futuro, vai ter uma eleição interna no partido, e três candidatos já se apresentaram no campo da esquerda, na verdade dois oficialmente. Será que o partido não corre o risco de repetir o que aconteceu em 1993 quando a esquerda petista venceu a eleição pela única vez, comandou o partido por conta de um racha na corrente majoritária que hoje a CNB tem pelo menos duas candidaturas colocadas, não seria o caso de tentar unificar o partido, já que o presidente Lula sinalizou que apoia o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva?

Gleisi Hoffmann: A unificação é um processo em construção, as eleições vão ser no dia 6 de julho, então obviamente que até lá, dentro do calendário das inscrições das candidaturas e de debates vai acontecer a discussão da unificação. Eu entendo que a gente vai chegar a um bom termo dentro desse Campo majoritário e ter uma candidatura unificada, e a disputa eleitoral no PT, eu acho que é a riqueza do partido é o que faz o partido vivo, são os debates né as contradições a disputa por linha política, pelo pensamento, então isso tudo dá uma reavivada né aí com a militância, então eu eu julgo que vai ser um processo muito importante para o PT e também para as nossas decisões em relação às disputas no Brasil.

CNN: Juliana Lopes, ministra queria voltar um pouquinho na questão do Imposto de Renda, nessa proposta que é tão importante pro presidente Lula, tem uma disputa ali entre integrantes do centrão, pela essa relatoria queria entender da senhora se o relator pode ser do PT, ou se seria melhor um perfil mais neutro. Qual é a avaliação da senhora?

Gleisi Hoffmann: Não, nós não conversamos sobre isso ainda, nem com o presidente Hugo Motta, que designa a relatoria e nem tampouco com os líderes do governo, eu vou ter reunião com as lideranças nossas do governo no congresso na segunda-feira, e esse é um dos pontos que a gente quer discutir. Um pouco o perfil dos nomes que estão colocados e estão requerendo para que a gente possa conversar com o presidente Hugo, claro isso é uma prerrogativa dele, é ele que que define, mas obviamente a gente pode também dar sugestão ou opinião, ele tem sido sempre muito aberto para as conversas.

CNN: Ministra, olhando ainda para 2026, porque faz parte do pacote também da articuladora política do governo manter esses partidos da base aliados para uma próxima eleição, a senhora já abriu conversa sobre o assunto com os partidos do centrão, quem a senhora espera estar caminhando junto com o presidente Lula em 2026, dentre essas siglas que hoje compõe o governo? e a senhora concorda que o partido que está hoje no governo tem que necessariamente estar no palanque de Lula em 2026, aqueles que ocupam Ministérios?

Gleisi Hoffmann: Tainá eu não estou discutindo 2026, minha relação com os partidos e com as lideranças, principalmente no Congresso Nacional, é pra governabilidade do presidente Lula, claro que a qualidade da convivência que nós estabelecermos a forma e as relações políticas que nós tivermos, vão ser importantes para construção de uma aliança em 26. A participação desses partidos no governo nas decisões, enfim nos processos todos da política, e eu quero estabelecer a melhor convivência possível, porque eu defendo que a gente tenha uma frente ampla para eleição do presidente Lula, maior até que a gente teve em 2022. Como disse, isso tudo é um processo em construção, então é essa construção que nós vamos fazer daqui para frente que vai qualificar a formação dessa frente ampla.

CNN: Ministra, duas perguntas rapidamente, sobre esse assunto, a senhora acredita que é possível trazer o PSD e o MDB para essa frente ampla já no primeiro turno com o Lula? e segunda União Brasil, que foi apelidado de desunião Brasil porque metade da bancada vota com o governo, e a outra metade não vota, e tá flertando com uma candidatura própria que é a do Ronaldo Caiado, a senhora acha que a paciência com União Brasil tá acabando e ele pode ser convidado a se retirar da esplanada dos Ministérios?

Gleisi Hoffmann: Qualquer coisa aí passa pela avaliação do presidente Lula, não pela minha avaliação, quanto à vinda dos partidos é isso que eu disse, eu acho que nós temos que qualificar o nosso processo de construção dessas alianças, é óbvio que tem partidos que têm contradição. Você falou de dois partidos o MDB e o PSD que já estiveram com a gente, não totalmente em 2022, mas estiveram uma parte grande do MDB e uma parte grande do PSD, mas esses partidos têm contradição em algumas regiões do país conosco, principalmente região sul e região Sudeste. O PSD em São Paulo com o Kassab sendo secretário do Tarcísio, enfim, está junto com republicanos e no outro Campo, a mesma coisa acontece em relação ao MDB com a Prefeitura de São Paulo, mas a gente tem conversado muito e eu acho que tem condições nesse processo conversado, não em relação a 26, mas a governabilidade né do governo do presidente Lula, e eu acho que esse processo pode ir qualificando a relação e a gente ter um resultado, lá na frente, que seja um resultado bom para uma composição eleitoral.

CNN: Ministra, insisto na última pergunta que eu te fiz, sobre união Brasil se vai ser convidado a se retirar ou não, a gente ouve ali dessas lideranças ainda insatisfação, reclamação sobre espaço que precisa ser melhor atendido, essa conversa ela já está em curso ainda vai haver uma reforma ministerial, como foi ventilado no final do ano passado no início deste ano, e a senhora acredita, repetindo a pergunta que eu já te fiz, os partidos hoje que não entregam tem que também contrapartida entregar os cargos que ocupam hoje como é que a senhora avalia essa composição hoje como é que esse equilíbrio vai se dar entre 2025 e 2026?

Gleisi Hoffmann: Bom a questão de participação no governo ou saída do governo cabe ao presidente Lula, é ele que vai tomar essa decisão e vai fazer essa avaliação, obviamente se eu for chamado a opinar vou opinar para ele, então não é algo que seja de avaliação pública. Então acho que a questão da composição do governo cabe a ele, por isso eu não quero me manifestar sobre isso.

CNN: Ministra Rosângela Silva Janja, os partidos de oposição tem reclamado um pouco de que ela não tem um cargo oficial no governo federal, então tem falta de Transparência sobre os gastos e Viagens da primeira dama, a senhora considera que seria o momento de criar um cargo para ela, e ela ter uma atuação que tivesse um pouco mais de transparência das viagens avisadas, por exemplo no Diário Oficial da União, ou pelo menos que houvesse transparência na agenda dela?

Gleisi Hoffmann: Primeiro é muita injustiça que se fazem com a Janja, com esses pedidos de informação e com esses ataques, vamos lembrar aqui como foi a Michele Bolsonaro no governo do Jair Bolsonaro, criaram um programa lá para ela que tinha mais de 50 pessoas, tinha uma estrutura imensa, com gastos de recursos público, enfim, é uma confusão danada inclusive de dinheiro de cartão de conta, então esse pessoal aí do Bolsonaro não tem moral não para vir para cima da Janja, acho muito justiça, e claro tem um peso muito grande de machismo, enfim. Agora eu defendo sim que tenha um ponto eu diria um cargo honorífico, ela não vai receber nada, seja isso legalizado. Porque é importante até para que ela possa sim, prestar as contas, falar, eu não vejo problema nenhum e acho que é importante ela ter condições de atuar, ela é a companheira do Presidente da República, ela tem um peso social importante, as primeiras damas muitas vezes têm representação sim de programas de governo, mas também de da própria representação do Estado em determinados lugares e eventos, eu não não vejo problema nenhum dela ter essa atuação pública e acho que seria importante sim essa destinação de uma função, de um cargo honorífico para primeira dama eu defendo isso.

CNN: Pra gente finalizar, queria falar sobre Tarcísio de Freitas, a senhora recentemente até rebateu falas dele naquela manifestação de domingo para muita gente o Tarcísio de Freitas vem assumindo um tom de candidato, embora negue reiteradamente que vai disputar o planalto, existe até um movimento mesmo, a gente contou isso ontem ministra, entre bolsonaristas para convencer o ex-presidente Jair Bolsonaro assumir de vez a candidatura de Tarcísio de Freitas, ele é o candidato adversário de Lula nas urnas em 2026 na sua avaliação? e a senhora teme um esvaziamento da base aliada desses partidos que hoje compõe o governo, partidos de centro centro direita se o Tarcísio for candidato em 2026?

Gleisi Hoffmann: Eu não sei se ele será candidato ou não, não sei como é que tá essa discussão, tenho visto a direita muito dividida, Bolsonaro, a Turma do Bolsonaro, então não sei te avaliar, realmente não sei avaliar, e quanto a essa questão da base é como eu te disse depende da qualidade das nossas relações e que nós estamos construindo durante esse processo de governo em que esses partidos ditos de centro ou centrão estão conosco no governo, inclusive, então é um processo, não tem como a gente antecipar isso, porque ficaria um achômetro, eu acho, então eu não gosto muito dessa questão de achar o que pode acontecer, eu acho que na política a gente tem que se determinar construir o processo para chegar ao resultado que a gente quer.

CNN: Mas não assusta a candidatura de Tarcísio de Freitas?

Gleisi Hoffmann: Nós não escolhemos adversário, qualquer um que venha, nós vamos enfrentar.

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