Trump concede à Boeing contrato para fabricação do caça F-47

O presidente dos EUA, Donald Trump, concedeu à Boeing nesta sexta-feira (21) o contrato para fabricação do caça mais sofisticado da Força Aérea norte-americana até o momento, apelidado de F-47, dando à empresa uma importante vitória comercial.

O programa Next Generation Air Dominance (NGAD) substituirá o F-22 Raptor da Lockheed Martin por uma aeronave tripulada construída para entrar em combate ao lado de drones.

Trump anunciou o nome do novo jato, o F-47.

“Fizemos um pedido para um lote. Não podemos dizer o preço”, disse ele a repórteres no Salão Oval.

“Nossos aliados estão ligando constantemente”, Trump acrescentou, dizendo que vendas estrangeiras podem ser uma opção. “Eles querem comprá-los também.”

Para a Boeing, a vitória marca uma reversão da sorte para uma empresa que tem lutado na área comercial e na defesa de seus negócios. Este é um grande impulso para seu negócio de produção de jatos de caça em St. Louis, Missouri.

O contrato de desenvolvimento de engenharia e fabricação vale mais de US$ 20 bilhões. A vitória da Boeing significa que ela fabricará o caça e receberá pedidos no valor de centenas de bilhões de dólares ao longo da vida útil de várias décadas do contrato.

As ações da Boeing subiram quase 5% depois que a empresa norte-americana derrotou a Lockheed Martin na disputa pelo contrato. As ações da Lockheed caíram quase 7%.

A Reuters relatou a vitória da Boeing antes do anúncio oficial.

O design do avião continua sendo um segredo bem guardado, mas provavelmente incluiria furtividade, sensores avançados e motores de última geração.

“Comparado ao F-22, o F-47 custará menos e será mais adaptável a ameaças futuras — e teremos mais F-47s em nosso inventário”, disse o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general David Allvin.

A Boeing não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O NGAD foi concebido como uma “família de sistemas” centrada em um caça de sexta geração, para enfrentar adversários como China e Rússia.

Allvin acrescentou que o F-47 terá alcance significativamente maior, furtividade mais avançada e será mais sustentável e mais facilmente mantido do que o F-22.

Grande vitória

As operações comerciais da Boeing têm enfrentado dificuldades enquanto ela tenta retomar a produção de seu jato campeão de vendas, o 737 MAX. Já sua operação de defesa tem sido prejudicada por contratos de baixo desempenho para aviões-tanque de reabastecimento aéreo, drones e jatos de treinamento.

“A vitória é um grande impulso para a empresa, que tem enfrentado problemas com estouros de custos, atrasos no cronograma e execução de outros programas do Departamento de Defesa”, disse Roman Schweizer, analista da TD Cowen.

Os estouros de custos no programa do avião-tanque de reabastecimento aéreo KC-46 ultrapassaram US$ 7 bilhões nos últimos anos, enquanto outro contrato de preço fixo para atualizar dois aviões Air Force One gerou um prejuízo de US$ 2 bilhões para o top 5 de fornecedores de defesa dos EUA.

A Boeing tem enfrentado escrutínio contínuo após uma série de crises, incluindo uma emergência no ar em janeiro de 2024 envolvendo um novo 737 MAX 9, da Alaska Airlines, sem quatro parafusos principais. Em janeiro, a Boeing relatou um prejuízo anual de US$ 11,8 bilhões — o maior desde 2020 — devido a problemas em suas principais unidades, juntamente com as consequências de uma greve que encerrou a produção da maioria dos jatos.

A Boeing cedeu terreno à rival Airbus na corrida para entregas de aeronaves e entrou na mira de reguladores e clientes após erros. A Administração Federal de Aviação impôs um teto de produção mensal no início de 2024.

“Um programa desse tamanho e complexidade exige uma supervisão cuidadosa para garantir que não fique para trás ou tenha custos excedentes”, disse o senador democrata Mark Kelly, ex-piloto de combate da Marinha dos EUA, em comunicado.

O bilionário e conselheiro presidencial Elon Musk expressou ceticismo sobre a eficácia de caças tripulados de última geração, dizendo que drones mais baratos eram uma opção melhor.

A Lockheed, que foi recentemente eliminada da competição para construir o caça furtivo de próxima geração da Marinha para porta-aviões, enfrenta um futuro incerto no mercado de caças de ponta após a derrota.

“Embora desapontados com esse resultado, estamos confiantes de que entregamos uma solução competitiva”, disse a Lockheed em uma declaração. “Aguardaremos novas discussões com a Força Aérea dos EUA.”

Embora a Lockheed ainda possa protestar contra a concessão do governo à Boeing, o fato de Trump ter anunciado o acordo em uma coletiva de imprensa pode reduzir a possibilidade de uma divulgação pública de argumentos contra o acordo.

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