Mounjaro: para quem o medicamento é indicado e quanto vai custar
Mounjaro, medicamento para diabetes da Eli Lilly, estará disponível no mercado brasileiro a partir do dia 7 de junho. A informação foi confirmada na quarta-feira (20) pela farmacêutica à CNN.
Considerado o principal concorrente do Ozempic e do Wegovy, ambos da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, o medicamento é composto de tirzepatida, uma molécula agonista duplo de GLP-1 e GIP, hormônios gerados no intestino e liberados depois das refeições, aumentando a produção de insulina pelo pâncreas para manter o controle do açúcar no sangue.
Qual o diferencial do Mounjaro e para quem é indicado?
O Mounjaro foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil em setembro de 2023 para o tratamento do diabetes tipo 2.
“Já existem outros medicamentos no Brasil da mesma classe, mas o Mounjaro tem um mecanismo de ação diferente, porque não é apenas um agonista, ou seja, ele não age apenas no receptor GLP-1, ele age também no receptor do GIP. Ele é o único medicamento dessa classe que age nesses dois receptores”, explica Luiz Magno, diretor médico sênior da Eli Lilly do Brasil, à CNN.
O medicamento deve ser usado no tratamento do diabetes associado a mudanças de estilo de vida, como a adoção de uma alimentação saudável e a prática de atividades físicas.
Em teste clínico, o Mounjaro levou ao controle da glicemia em 92% dos pacientes tratados com 15 mg do medicamento — eles conseguiram ficar com uma hemoglobina glicada abaixo de 7%, que é o nível recomendado pelas diretrizes médicas para o controle adequado do diabetes.
“Esse é um número muito importante”, afirma Magno. “Nós sabemos que, no Brasil, temos uma população gigantesca com diabetes, são mais de 16 milhões de pessoas. Dessas, 90% têm diabetes tipo 2 e estão com obesidade ou sobrepeso”, completa.
Mounjaro leva à perda de peso superior ao Wegovy
Em estudos recentes, o Mounjaro promoveu uma perda de peso relativa 47% maior do que o Wegovy, da farmacêutica Novo Nordisk, segundo dados de um novo estudo clínico anunciados em dezembro.
Segundo o trabalho, a tirzepatida levou a uma perda de peso de 20,2%, superior quando comparada a 13,7% de semaglutida (composto presente no Wegovy e, também, no Ozempic). Após as 72 semanas do estudo, o Mounjaro mostrou-se superior à semaglutida no desfecho primário e em todos os cinco desfechos secundários principais do estudo.
Apesar disso, a aprovação do medicamento pela Anvisa contempla apenas o tratamento do diabetes tipo 2 e, portanto, o uso para tratamento da obesidade ainda não é aprovado.
“Hoje, no Brasil, a indicação aprovada pela Anvisa é para diabetes tipo 2. Então, nesse momento, estamos falando apenas da perda de peso no paciente diabético”, reforça Magno.
O diretor médico afirma que a Eli Lilly já submeteu para Anvisa a indicação da tirzepatida para o tratamento da obesidade. O pedido está em análise.
Quanto o Mounjaro vai custar no Brasil?
De acordo com a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que define o preço máximo ao consumidor (preço-teto autorizado para o comércio de um fármaco).
O valor do Mounjaro poderá variar a depender do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) em cada Estado, da dose e da quantidade de canetas para aplicação por embalagem. Por exemplo, em São Paulo, a dose máxima poderá custar R$ 3.791,07.
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