Economia circular pode gerar R$ 11 bilhões e 240 mil empregos, diz Ambipar

Segundo o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico do Ministério das Cidades, somente 1,82% dos resíduos recicláveis secos e orgânicos são recuperados no Brasil — ou seja, são reinseridos na indústria.

Os dados foram coletados em 2023 e analisados no ano passado pela pesquisa.

Esse cenário gera uma perda social e econômica ao país, já que um avanço na economia circular poderia injetar R$ 11 bilhões por ano, com a utilização dos materiais não aterrados, e gerar cerca de 240 mil novos empregos até 2040, segundo Rafael Tello, vice-presidente de Sustentabilidade da Ambipar.

E as indústrias também perdem a possibilidade de utilizar esse material processado, de alta qualidade, ao invés de explorar novas jazidas, minas e outras fontes de recursos naturais.

Contudo, a estruturação da cadeia de reciclagem brasileira tem passado por diversos desafios. Em entrevista à CNN, Tello destacou que uma das principais barreiras é a modelagem das embalagens dos produtos.

“Cada vez que a gente coloca cor em uma garrafa PET, a gente diminui a possibilidade dela ser reciclada e dificulta, também pelo volume, a sua recuperação. Então, se a gente só tivesse PET transparente, seria muito mais fácil, muito mais rápido e muito mais efetivo para promover a reciclagem”, pontua.

Além disso, Tello citou o baixo índice da coleta seletiva da população em seus domicílios. Segundo o estudo do Ministério das Cidades, 36% das famílias no país são atendidas com o serviço que coleta separação prévia dos materiais recicláveis.

A falta de políticas públicas capazes de incentivar a reciclagem também é um dos desafios citado pelo executivo da Ambipar.

“A gente precisa remunerar as cooperativas pelo serviço de coleta de material reciclado, colocando em vigor taxas previstas que as prefeituras podem cobrar. Também proibir a importação de resíduos reciclados e aumentar o volume de material reciclado a ser colocado nos produtos. Obrigações que façam com que o material reciclado possa competir de igual para igual com o material novo e trazer ganho social e ambiental”, diz.

Disposição final de resíduos sólidos

Segundo o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico, o país possui 1.606 lixões em operação no ano de 2023. Esse é o segundo destino final no qual 1.529 municípios encaminham seus resíduos.

Já os 688 aterros sanitários em operação são usados por 2.867 municípios e os 317 aterros controlados são o destino dos resíduos de 382 municípios.

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