Como corpo dos astronautas se acostuma novamente com gravidade?
Os astronautas Barry “Butch” Wilmore e Suni Williams retornaram à Terra na terça-feira (18) após quase nove meses no espaço. Os próximos dias da dupla serão focados em um programa de reabilitação para melhorar a condição física dos cientistas.
De acordo com especialistas, os corpos dos astronautas podem sofrer alterações significativas após longo período em ambiente com microgravidade, como o espaço. Entre os efeitos, estão a perda de densidade óssea e massa muscular, alterações no sistema imunológico, cardiovascular, na visão e no DNA.
Segundo a Nasa, os corpos dos astronautas podem experimentar redução de um terço no tamanho das fibras musculares em menos de duas semanas. Em um único mês no espaço, um astronauta também pode perder até 1,5% de sua massa óssea – aproximadamente tanto quanto uma mulher na pós-menopausa que não está em tratamento perde em cerca de um ano.
Na Terra, os fluidos corporais tendem a se deslocar para baixo, abaixo do coração. Mas no espaço, os fluidos fluem uniformemente por todo o corpo e se acumulam em lugares onde normalmente não se concentram. Isso faz com que os astronautas tenham a chamada “síndrome do rosto inchado”, “pernas de pássaro” ou “pernas de galinha”. Os problemas geralmente desaparecem após cerca de três dias na Terra, segundo a Nasa.
Para mitigar esses efeitos, os astronautas passam um rigoroso protocolo de reabilitação ao retornar à Terra. Assim que chegam ao solo terrestre, eles passam por uma avaliação médica imediata. Em seguida, eles são submetidos a um programa de recondicionamento que inclui exercícios físicos para aumentar a densidade óssea e fortalecer os músculos.
Além disso, os astronautas podem sentir dificuldade para andar e tonturas, já que terão que se acostumar novamente à força exercida pela gravidade. Para isso, eles passam por um protocolo de exercícios para melhorar a coordenação e ajudar a prevenir lesões.
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Alan Duffy, astrofísico da Universidade Swinburne, explica que o protocolo de recondicionamento dos astronautas é semelhante a uma fisioterapia intensa “pela qual qualquer pessoa que sai de um coma passa”.
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