Aumento dos gastos com defesa pode impulsionar economia, diz membro do BCE
A economia da zona do euro já está sendo afetado pela guerra comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas o aumento esperado nos gastos com defesa na região pode impulsionar o crescimento, disse o membro do Banco Central Europeu Olli Rehn nesta terça-feira (18).
A economia da zona do euro tem demonstrado estagnação nos últimos dois anos e há um crescente conjunto de evidências de que os temores de uma guerra comercial total com os EUA já estão retendo o investimento empresarial e mantendo os consumidores cautelosos.
A redução do apoio do governo Trump à Ucrânia também coloca um ônus adicional sobre o bloco, que se comprometeu a financiar grande parte dos esforços da Ucrânia para se defender da Rússia.
“Embora a situação de segurança na Europa não tenha muitos motivos para ser positiva, os aumentos esperados nos gastos e investimentos em defesa podem, pelo menos, apoiar o crescimento do PIB no médio prazo”, disse Rehn em um webinar da MNI.
Esse impulso pode ser muito bem-vindo, uma vez que a perspectiva geral já era moderada antes das medidas comerciais dos EUA.
“As tarifas dos EUA e o aumento da incerteza já estão tendo efeitos adversos sobre as perspectivas de crescimento econômico na zona do euro no curto e no imediato prazo”, acrescentou Rehn.
Embora o BCE não possa resolver os problemas de competitividade da Europa, Rehn argumentou que os seis cortes na taxa de juros desde junho do ano passado criam uma “boa margem de manobra” para as famílias e empresas.
Ele se recusou a prometer mais cortes, argumentando que as perspectivas são incertas e que o BCE precisa manter suas opções em aberto.
Ainda assim, fornecendo um indício modesto de que o BCE talvez ainda não tenha encerrado seu ciclo de afrouxamento monetário, Rehn argumentou que a inflação está se estabilizando na meta do BCE e evoluindo “praticamente” em linha com as previsões.
As projeções do BCE, mencionadas por Rehn, preveem mais cortes de juros neste ano, desde que a economia e a inflação evoluam de acordo com o esperado.
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