À CNN, ex-presidente do IBGE comenta acusações contra atual gestão

Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), criticou a atual gestão do órgão e apontou uma crise na presidência da instituição.

Em entrevista ao CNN 360° desta segunda-feira (27), Castro comentou sobre as recentes acusações do Sindicato Nacional dos Trabalhadores contra a administração de Márcio Pochmann, atual presidente do IBGE.

O ex-presidente enfatizou que o problema não está no IBGE em si, mas na sua presidência. “O que está em crise é a presidência do IBGE”, afirmou Castro.

Ele também criticou a falta de intervenção do Ministério do Planejamento na situação, sugerindo que a ministra Simone Tebet deveria ter tomado providências.

Falta de recursos e proposta de IBGE paralelo

Castro destacou que a crise crônica do IBGE se deve à falta de recursos. Segundo ele, a solução proposta por Márcio Pochmann de criar um “IBGE paralelo” é inadequada, pois o instituto é uma agência de Estado e parte da administração direta do governo.

“O IBGE está sofrendo uma crise que é produzida pelo relativo desinteresse da estrutura, como eu disse, do núcleo central do governo em relação às estatísticas e às geoinformações do país”, explicou Castro.

Importância das estatísticas e geoinformações

O ex-presidente ressaltou a relevância histórica do IBGE, lembrando que o instituto foi criado próximo ao gabinete presidencial de Getúlio Vargas.

Castro enfatizou a necessidade de valorizar o trabalho técnico e as informações científicas produzidas pelo órgão.

“O brasileiro precisa voltar a respeitar as informações científicas e valorizar o trabalho técnico que o Brasil tem condição de realizar”, declarou Castro.

Ele também sugeriu que o Congresso Nacional deveria discutir um marco geral da estatística e da geoinformação no Brasil, colocando o IBGE no centro dos acontecimentos.

Castro concluiu ressaltando a importância do IBGE em diversas áreas, como o controle de situações de risco climático e o fornecimento de dados cruciais para o planejamento nacional.

Ele defendeu que o instituto poderia fazer muito mais se houvesse uma maior valorização de seus serviços pelo governo e pela sociedade.

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