Após ameaça de anexação, palestinos denunciam “punição coletiva”
O ministro da Defesa de Israel prometeu nesta sexta-feira (21) anexar partes da Faixa de Gaza caso o Hamas não entregue os reféns que seguem em cativeiro.
Israel Katz divulgou um documento em que exige que o grupo palestino liberte as dezenas de reféns que seguem no enclave — vivos ou mortos. Se o grupo não aceitar as condições, o ministro da defesa israelense promete anexar partes do território palestino, expulsando a população civil da faixa de fronteira com Israel.
O gabinete de Benjamin Netanyahu quebrou o cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos no início desta semana e os ataques já deixaram mais de 500 mortos, segundo dados do Ministério da Saúde do enclave.
Caso a promessa de anexação seja cumprida, seria a segunda vez que Israel toma o controle sobre o território. A primeira ocupação começou em 1967, quando a Faixa de Gaza ainda fazia parte do Egito. E só terminou em 2005.
A conquista territorial por meio da força e o deslocamento forçado da população civil são crimes de guerra. Assim como, pelo lado do Hamas, a manutenção de reféns, a tortura e a execução de prisioneiros.
Nesta sexta-feira, moradores de gaza relataram que já não são mais capazes de decidir pra onde ir e caracterizaram a ofensiva israelense como uma punição coletiva a todo o povo palestino.
“A guerra pela qual estamos passando não é uma guerra normal. Numa guerra normal, o embate deveria ser entre dois exércitos. E nós, civis, deveríamos estar a salvo, isolados do perigo junto com as nossas famílias. Mas a guerra a qual estamos expostos é uma guerra de fome, uma guerra de morte, de destruição. E uma guerra que destruiu as pessoas, as árvores, as crianças, as mulheres, as casas”, afirmou um palestino à agência Reuters.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Após ameaça de anexação, palestinos denunciam “punição coletiva” no site CNN Brasil.
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