PetroReconcavo tem lucro acima do consenso; CEO promete aumento da produção
Depois de um ano com a produção de lado, a PetroReconcavo reportou resultados levemente abaixo do esperado pelo mercado – com exceção do bottom line, que bateu o consenso.
A empresa fez uma receita líquida de R$ 843 milhões no tri, alta de 16% ano contra ano; o consenso era R$ 850 milhões.
No acumulado de 2024, a receita foi de R$ 3,2 bilhões – um crescimento de 16%.
O mercado vem cobrando da empresa um crescimento mais forte – especialmente da produção.
A produção média da PetroReconcavo no quarto tri foi de 26,3 mil barris de óleo equivalente (boe) por dia no ano, estável em relação ao tri anterior e um aumento de 1,4% em relação ao mesmo período de 2023.
“O ano de 2025 será o da volta ao crescimento – esse é o nosso compromisso. Nos sentimos prontos para isso,” o CEO José Firmo disse ao Brazil Journal.
Segundo Firmo, que assumiu o cargo há um ano, os números de 2024 não foram melhores porque a empresa precisou direcionar investimentos para resiliência operacional e infraestrutura – depois que problemas de escoamento e na parte de elétricas causaram paradas significativas no ano passado.
A parada total da produção no Polo de Guamaré por 12 dias, ocorrida em dezembro de 2023, resultou em um aumento das falhas nos equipamentos em 2024.
Firmo disse que a consequência foi um aumento do número de ações corretivas e a necessidade de reparos nos poços, o que atrasou o programa de workovers – as intervenções em poços existentes para aumentar ou restaurar a produção.
“No segundo semestre estabilizamos a operação e voltamos a operar com as três perfuradoras de forma eficiente, algo que não ocorria havia três anos,” disse.
Nos últimos três meses do ano, a PetroReconcavo fez um EBITDA de R$ 403 milhões, um aumento de 29% em relação ao mesmo período de 2023. O consenso apontava R$ 430 milhões.
Já o lucro líquido ajustado veio em R$ 182 milhões no tri – uma queda de 4% em relação ao ano anterior, mas acima do consenso de R$ 137 milhões.
Porém, os efeitos cambiais da marcação a mercado da dívida fizeram o lucro contábil ficar em R$ 32 milhões no período – ainda assim, acima do que esperava o mercado.
Apesar da produção estável, o lucro no quarto tri foi impulsionado principalmente por uma combinação da valorização cambial, da ligeira alta do preço do brent e das estratégias bem-sucedidas na comercialização de gás e hedge, disse Firmo.
Além disso, segundo ele, a verticalização dos serviços da empresa gerou receitas adicionais.
A PetroReconcavo teve uma geração de caixa livre de R$ 1 bilhão no ano passado. Ao mesmo tempo, a alavancagem subiu de 0,7x para 0,8x em um ano.
Diante da geração de caixa mais robusta, o mercado agora volta a se perguntar quando voltarão os M&As.
Segundo Firmo, há muitas oportunidades no setor, mas ainda não há uma confluência de preços entre vendedores e a PetroReconcavo.
O executivo disse que há mais oportunidades de compra de campos do que de empresas inteiras. A empresa vem fazendo M&As no mercado de midstream – que envolve transporte, armazenamento e processamento de gás natural.
Recentemente, comprou 50% da unidade de processamento de gás natural (UPGN) da Brava Energia (a companhia resultante da fusão entre 3R e Enauta) na Bacia Potiguar por US$ 65 milhões.
Além disso, avançou na construção na UPGN Miranga, que somará investimentos de US$ 60 milhões.
Segundo Firmo, os investimentos em midstream são estratégicos pois permitem uma grande economia nos custos operacionais, além de facilitar o desenvolvimento e escoamento das reservas de gás natural da companhia – que devem ganhar cada vez mais relevância na produção da companhia.
Recentemente, ventilou-se no mercado que a Brava havia chegado a um acordo para vender os ativos do Polo Potiguar para a PetroReconcavo, mas Firmo disse que tudo não passava de boato.
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