Juros futuros cedem após do Fed e à espera de Copom

As taxas dos DIs fecharam a quarta-feira (19) em leve baixa, acompanhando a perda de força dos rendimentos dos Treasuries e do dólar após a decisão do Federal Reserve sobre juros nos EUA.

Enquanto no Brasil investidores aguardavam o anúncio do Banco Central sobre a Selic, após o fechamento dos mercados.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 – um dos mais líquidos no curto prazo – estava em 14,72%, ante o ajuste de 14,73% da sessão anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 marcava 14,41%, ante o ajuste de 14,42%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 14,31%, ante 14,34% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,34%, ante 14,38%.

Até a metade da tarde tanto o mercado de renda fixa quanto o de câmbio no Brasil permaneceram relativamente travados, com investidores à espera da decisão do Fed sobre juros.

Às 15h00 o Fed anunciou a manutenção dos juros na faixa de 4,25% a 4,50%, como era largamente esperado.

Mas houve discordância entre as autoridades sobre a trajetória apropriada da política monetária, refletindo a incerteza sobre os efeitos econômicos das políticas do governo Trump, sobre as consequências, para a inflação, da imposição de tarifas sobre produtos importados.

Nove das 19 autoridades de política monetária do Fed esperam que a taxa de juros esteja na faixa de 3,75% a 4,00% até o final deste ano, segundo o resumo trimestral das projeções econômicas, o que pressupõe dois cortes de 25 pontos-base.

Quatro consideraram que um corte nos juros será apropriado este ano, e quatro avaliaram que o Fed não deveria cortar os juros de forma alguma. Outras duas autoridades consideraram que três cortes seria a decisão correta.

Outro ponto de atenção foi a redução pelo Fed da projeção para o crescimento em 2025, de 2,1% para 1,7%, com taxa de desemprego ligeiramente maior no final do ano. Já a projeção do Fed para a inflação em 2025 passou de 2,5% para 2,7%.

“As taxas de juros estavam andando de lado no Brasil, com investidores esperando pela decisão do Fed”, pontuou Vitor Oliveira, sócio da One Investimentos.

“A manutenção já estava precificada, mas houve a atualização do ‘dot plot’ do Fed com as projeções de cortes, inclusive com algumas autoridades prevendo três cortes, e não dois”, afirma.

Após a decisão do Fed, os rendimentos dos Treasuries cederam e o dólar perdeu força ante as demais divisas fortes, o que impactou o câmbio e a renda fixa no Brasil.

Às 15h45, a taxa do DI para janeiro de 2027 atingiu a mínima de 14,36%, em baixa de 6 pontos-base ante o ajuste anterior. No mesmo horário o DI para janeiro de 2031 marcou a mínima de 14,27%, em queda de 8 pontos-base.

Em comentários após a decisão, o chair do Fed, Jerome Powell, afirmou que ainda é muito cedo para determinar o impacto que as tarifas dos EUA podem ter sobre a inflação.

Além disso, ele também acrescentou que será um desafio determinar quanto de qualquer aumento nos preços de produtos pode ser atribuído às tarifas.

Passada a decisão do Fed, investidores aguardavam o anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, após as 18h30.

Com a curva a termo precificando 97% de probabilidade de elevação de 100 pontos-base da Selic nesta quarta-feira (19), de 13,25% para 14,25% ao ano, os agentes estão ansiosos para saber qual será a mensagem do Copom para a próxima decisão, em maio.

Na terça-feira o mercado de opções de Copom da B3 precificava 56,00% de probabilidade de alta de 50 pontos-base da Selic em maio.

Além disso, existem 18,00% de chances de elevação de 25 pontos-base, 13,00% de probabilidade de manutenção, 8,00% de chances de alta de 75 pontos-base e apenas 3,00% de chances de nova alta de 100 pontos-base.

Às 16h34, o rendimento do Treasury de dez anos – referência global para decisões de investimento – caía 3 pontos-base, a 4,254%.

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