Que saudade da minha ex… Itaú inicia cobertura de XP com ‘compra’
Em um momento em que o modelo de negócios da XP passa por escrutínio, o Itaú enxerga a sua ex-investida com bons olhos, apontando resiliência e mudanças positivas no modelo de negócios.
O banco iniciou a cobertura da corretora com recomendação de ‘compra’ e preço-alvo de US$ 20 por ação — um upside potencial de 29% sobre o fechamento de ontem, de US$ 15,46.
O Itaú disse que o sucesso do modelo implementado pela XP no varejo teve um preço. “A ampla rede de AAIs dificultou a manutenção dos padrões de qualidade e o alinhamento de interesses entre as partes,” disse o time liderado por Pedro Leduc.
No entanto, a empresa fundada por Guilherme Benchimol começou a reagir e está utilizando tecnologia para aperfeiçoar suas relações com clientes e agentes autônomos.
Isso pode ter impactos no ROA e na margem operacional no curto prazo, mas tende ser positivo no longo prazo, disse o Itaú.
Os analistas também afirmam que a XP ficou menos dependente do macro nos últimos anos, mantendo bons resultados apesar do cenário adverso.
Isso se deve ao fortalecimento de segmentos como DCM, crédito e seguros, e a mudanças no seu mix de ativos sob custódia.
Antes eclipsada pelo mercado de ações, a renda fixa foi responsável por 58% do crescimento na base de ativos sob custódia da empresa desde 2021, destaca o Itaú.
Para o fim de 2025, o banco espera que a XP tenha receitas brutas semelhantes em ações e renda fixa no varejo: por volta de R$ 4 bilhões.
Mas o avanço da renda fixa não impede, segundo os analistas, que a corretora obtenha bons resultados com uma eventual melhora do mercado.
O Itaú estima que cada mudança de 10% no volume médio diário (ADTV) da B3 impacta o resultado final da XP em cerca de 5%, quase o dobro da sensibilidade da própria B3 ao número.
Entre os principais riscos, os analistas citam a qualidade de execução das mudanças que a empresa se propôs a fazer; uma deterioração adicional do cenário macro; e um crescimento do capex acima do top line da empresa.
O preço-alvo de US$ 20 implica um P/L de 12x ao fim de 2025, em comparação com os atuais 9x, e foi calculado a partir de uma taxa de crescimento de cerca de 6,5%.
A XP vale US$ 8,3 bilhões na Bolsa, com sua ação caindo 39% nos últimos doze meses.
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