Caso Vitória: Polícia confirma que suspeito confessou autoria do crime

Durante entrevista coletiva nesta terça-feira (18), a Polícia Civil de São Paulo confirmou que o principal suspeito do caso Vitória, Maicol Antonio Sales do Santos, confessou aos investigadores que cometeu o crime.

De acordo com a polícia, Maicol fez a confissão em depoimento colhido pelo delegado Fabio Cenachi, titular do DP de Cajamar.

Nessa segunda-feira (17), a CNN teve acesso a informação de que o principal suspeito do assassinato de Vitória Regina de Souza, 17 anos, havia confessado o crime. A informação foi confirmada pela CNN com duas fontes da Polícia de São Paulo.

Contudo, a defesa de Maicol enviou uma nota à CNN, na manhã desta terça-feira (18), esclarecendo que não houve confissão de autoria ou participação na morte de Vitória Regina de Souza, 17 anos, encontrada morta em uma região de mata em Cajamar, na Grande São Paulo. Os representantes reforçaram que “qualquer declaração atribuída a ele, feita sem a presença de seus advogados, ofende a legislação processual”.

A partir da nova declaração feita por Luiz Carlos do Carmo, chefe do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), em entrevista coletiva realizada na sede do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (DEMACRO), a CNN buscou a defesa de Maicol para uma posição após as novas declarações, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto e a matéria será atualizada após o devido posicionamento.

Depoimento de motorista reforça suspeitas

Uma nova testemunha revelou em depoimento algo que pode relacionar Maicol Antonio Sales do Santos de forma significativa ao local onde Vitória Regina sumiu.

Um motorista de transporte escolar relatou à polícia ter visto um Toyota Corolla prata, semelhante ao de Maicol, estacionado em uma rua lateral perto dos bares do Doca e do Pepo, na noite do desaparecimento de Vitória Regina. Ele diz que notou um indivíduo com capuz dentro do carro.

Caso Vitória: jovem pode ter sido vítima de stalking

O motorista informou à polícia que conhece a namorada de Maicol, pois ambos trabalham na mesma empresa. No dia seguinte ao seu desaparecimento, ele mandou uma mensagem para ela de forma bem-humorada, fazendo uma brincadeira sobre ter visto o casal “fazendo arte” dentro do carro na noite anterior. Contudo, a resposta da namorada de Maicol foi curta e objetiva: “Que história é essa? Gostaria que você esclarecesse essa informação. Onde você me viu? Com quem eu estava?”.

O motorista disse que foi surpreendido ao descobrir que sua filha havia prestado depoimento e se sentiu ameaçado por Maicol. Esse novo relato e as mensagens podem contradizer a versão do suspeito preso e fortalecer a investigação.

Data para fim das investigações

investigação do assassinato de Vitória Regina de Sousa, morta em Cajamar, deve ser concluída até 13 de abril, data em que ela completaria 18 anos. A polícia considera importante finalizar o inquérito até essa data. 

O inquérito deverá ser concluído, dependendo de laudos pendentes, especialmente o da necropsia, que revelará a causa da morte e as lesões.

Também se aguarda a comparação do DNA de Vitória com amostras de sangue de um dos suspeitos, que deve ser finalizada até o início da próxima semana. O estágio avançado do corpo dificulta o processo de necropsia.

Relembre o caso

desaparecimento e a trágica morte de Vitória Regina de Sousa, uma jovem de 17 anos comoveu os moradores de Cajamar (SP). A história começou em 26 de fevereiro, quando Vitória, após um dia de trabalho em um shopping local, pegou o ônibus de volta para casa.

Naquela noite, Vitória compartilhou mensagens de texto com uma amiga, expressando o medo que sentia ao perceber que estava sendo seguida por dois homens. Testemunhas relataram ter visto um automóvel com quatro homens seguindo a jovem depois que ela desceu do ônibus.

Após seu desaparecimento, a cidade se uniu em buscas incessantes. A polícia e os familiares, apoiados por diversos agentes, cães farejadores e drones, procuraram por Vitória em todos os cantos da região.

A angústia chegou ao fim em 5 de março, quando o corpo de Vitória foi encontrado em uma área de mata em Cajamar. O corpo da jovem estava em estado avançado de decomposição e apresentava sinais de violência. Um policial que estava no local das buscas informou que o corpo da vítima foi bastante violentado. A jovem estava com a cabeça raspada e sem as roupas.

A Delegacia de Polícia de Cajamar assumiu a responsabilidade pela investigação, trabalhando com diversas hipóteses para o crime. Mais de 18 pessoas foram ouvidas e dois veículos foram apreendidos para perícia.

O corpo de Vitória foi velado e enterrado sob forte comoção de parentes, amigos e moradores da cidade. Gritos de “justiça” foram entoados durante o sepultamento.

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