Caso Gritzbach: Justiça determina prisão preventiva de réus

A Justiça de São Paulo determinou, na noite desta segunda-feira (17) a prisão preventiva de seis réus envolvidos no assassinato de Antonio Vinicius Gritzbach, conhecido como o “delator do PCC”, ocorrido em novembro de 2024 no Aeroporto de Guarulhos.

Além dos três réus que já se encontram detidos, outros três permanecem foragidos. A decisão judicial também solicita informações à Justiça Militar e à Corregedoria das polícias sobre as investigações relacionadas à participação de policiais militares na execução do crime, que teria sido motivada tanto por represálias da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) quanto por interesses financeiros de alguns agentes da lei.

Segundo a decisão da Vara do Júri de Guarulhos, à qual a CNN teve acesso, o assassinato de Gritzbach, ocorrido em plena luz do dia e no terminal 2 do aeroporto, foi marcado por um uso intenso de armamento pesado, como fuzis de alto poder destrutivo, resultando não só na morte do delator, mas também de um motorista de aplicativo e em ferimentos em duas outras pessoas atingidas por estilhaços dos disparos.

“A gravidade do delito e a necessidade de resguardar a ordem pública desautorizam a imposição de medidas cautelares diversas da prisão”, destaca a decisão judicial.

Gritzbach, que havia fechado um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo, forneceu informações cruciais sobre a atuação do PCC, como esquemas de lavagem de dinheiro e movimentações financeiras de membros da facção. Ele também detalhou a participação de policiais militares e civis em práticas ilícitas, incluindo extorsão de criminosos.

Segundo a decisão judicial, ele foi alvo de uma execução planejada por líderes do PCC, em represália à colaboração com as autoridades.

A decisão judicial também aponta a necessidade de prisão preventiva dos réus para garantir a ordem pública e a instrução criminal, pois a liberdade dos envolvidos poderia comprometer as investigações e permitir que eles interferissem nas testemunhas e vítimas. “A liberdade dos réus poderá comprometer a instrução criminal, uma vez que eles poderão influir na livre vontade das vítimas em colaborar com a instrução do feito”, diz o documento.

O caso, que ainda segue sob investigação, também envolve a apuração do papel de policiais militares e civis, que, segundo as investigações, teriam prestado serviços à facção criminosa, contribuindo para o planejamento do crime.

O Ministério Público e a Polícia Civil continuam a buscar novas evidências sobre as ligações entre os réus e o PCC, com a expectativa de que as investigações revelem mais detalhes sobre a corrupção dentro das forças de segurança.

Além das prisões temporárias já decretadas, os réus enfrentam uma série de acusações graves, incluindo homicídios, tentativa de homicídio, e associação criminosa, com penas que podem ultrapassar os 100 anos de prisão.

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