Fernando Goldsztein e a busca pela cura do câncer do filho: “Não vou desistir”

Em 2015, Fernando Goldsztein viveu o que nenhum pai deveria experimentar: seu filho, Frederico, então com nove anos, foi diagnosticado com um tumor cerebral raro, o meduloblastoma grupo 4.

A jornada em busca de uma cura, que incluiu tratamentos nos Estados Unidos e a busca por terapias experimentais, levou Goldsztein a criar um modelo inédito de financiamento de pesquisas médicas, que se tornou referência internacional.

“Não vou desistir enquanto não mover o mundo,” disse ele neste episódio de The Business of Life. “Muita gente chega pra mim e diz ‘eu imagino como deve ser difícil’. Eu digo: não, você não imagina.”

Goldsztein é um empresário do setor de construção de Porto Alegre. Vendeu a construtora da família para a Cyrela e participou da gestão da nova empresa. 

Mas sua vida mudou drasticamente com o diagnóstico de Frederico. A impossibilidade de aceitar um prognóstico sem esperança fez com que ele mobilizasse recursos e contatos para impulsionar pesquisas sobre o câncer infantil.

Foi assim que nasceu o Medulloblastoma Initiative (MBI), um consórcio internacional de pesquisas que reúne 14 instituições de ponta, incluindo universidades nos EUA, Canadá e Alemanha. 

Diferentemente de modelos tradicionais, em que laboratórios trabalham de forma isolada, o MBI exige colaboração entre as equipes científicas, eliminando redundâncias e acelerando descobertas.

O resultado desse modelo inédito é concreto: em menos de três anos, dois tratamentos experimentais foram aprovados pelo FDA, a agência reguladora dos EUA, incluindo uma vacina terapêutica e uma imunoterapia específica para o tipo de tumor de Frederico. 

“A vida não é só acumular ativos,” disse Goldsztein em uma palestra no MIT, onde apresentou o modelo do MBI. “Cada um precisa encontrar um propósito e usar seus recursos, tempo ou conhecimento para tornar o mundo melhor.”

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